“Todo dia me Atiro do Térreo”, livro de Lula Falcão, conta as histórias de Maria Lucia, personagem que escolheu as redes sociais para chutar o balde e pisar na jaca.
O livro Todo dia me atiro do Térreo conta a história da fictícia Maria Lucia por meio de um diário da própria personagem. Fracassada na vida real, ela escolheu as redes sociais para despejar doses de ironia, escárnio e bom humor em meio a bebedeiras e sexo virtual. Nesse meio tempo, tenta escrever um romance que se despedaça em posts no twitter, entre citações de Francis Bacon e Odair José. Todo dia me Atiro do Térreo – #tuiteira, do jornalista Lula Falcão, tem prefácio da escritora e roteirista Adriana Falcão e orelha do colunista Xico Sá.
“É um personagem urbano, que eu peguei de várias pessoas que conheço – na vida e nas redes sociais. Misturei tudo e criei um personagem de ficção”, explica Falcão. Maria Lúcia surgiu postando rápidas reflexões no blog do autor e, depois de muitas menções no twitter e facebook, conquistou o interesse dos leitores.
De acordo com o crítico Thiago Corrêa, a personagem revela os bastidores da sua rotina vazia em frente ao computador, expondo sua trajetória de solidão conectada à rede. Aos 30 e poucos anos ou 30 e tantos – a idade fica a cargo do leitor – Maria Lúcia não poupa sarcasmo para descrever a falta de sentido da sua vida, cuja carreira de atriz foi progressivamente lhe levando para os bastidores da produção cultural, no ritmo das rugas do tempo. “Apesar dos problemas, ela vai levando, pisando na jaca e chutando o balde”, conta Falcão. “Maria Lúcia é contraditória. É maluca. É cachaceira. É angustiada. É solitária. É viciada em Internet. É uma filósofa. É Atarantada. É a cara do nosso tempo”, escreve Adriana Falcão.
A vida da Maria Lucia é online, mas ela conta o que se passa e se passou em sua existência balzaquiana, onde quase tudo dá errado: projetos para as leis de incentivo que não vingam, falta de dinheiro, aluguel atrasado, bebedeiras, casos amorosos frustrados, empregos chatos, solidão, vodka, comprimidos tarja preta, boemia e uma dieta à base de miojo numa quitinete desarrumado. “O autor soube captar a desilusão de uma geração com fome de tudo, provocando uma leitura alucinante, de uma pegada só, em ritmo acelerado”, observa Corrêa.
"Todo dia me atiro do térreo".Lula Falcão.(1ª Edição).São Paulo:Editora Bookess- 2011.
A obra também está disponível na Livraria Cultura,e também online através do E-mail: livrotododia@gmail.com
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